Ano novo, vida nova, coisa e tal. Pra completar, estou numa viagem pela qual eu teria dado o braço direito para vir, e nem precisei fazê-lo.
Mas o engraçado é que não importa o lugar. Como eu já citei aqui "drift all you want fromocean to ocean.search the whole world. but drunken confessions and hijacked affairs will just make yumore Alone."
O que move qualquer coisa dentro de mim são as ações. O fato de ir de um lugar para o outro. O movimento. A irresponsabilidade. Os pequenos detalhes do dia-a-dia, como por exemplo o fato do rádio do carro mostrar não só a estação no visor, mas também a música e a banda que está tocando; ou então uma estação de trem que parece com a de um filme que você viu. Poderia ser em qualquer lugar.
Talvez por isso ano novo pra mim não signifique muita coisa. E talvez por isso, à noite no carro, eu me perca em fantasias como arrumar alguma coisa que dê dinheiro longe de casa num lugar bonito como esse, telefonar e dizer: Vem pra cá e fica por perto (ou: eu vou passar um tempo perto daí). Até passar a vontade. E me desculpe por não ter dito isso antes. Estava com medo de te assustar.Mas talvez sejam só fantasias.E talvez por isso eu continue em trânsito. Bebendo mais do que devia. Dormindo menos do que devia. Porque pra mim só existem as coisas pequenas. Milhares de detalhes todo dia. E porque em uma noite quase sem lua um amigo me contou que tinha acabado de notar que tinha passado o ano inteiro seguindo um mapa, um roteiro, sem perceber, e eu notei que nem sei mais o que é mapa ou caminho.E que tenho andado tateando pelos cantos já faz muito tempo.